Desfabulações

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Esquisito, no mínimo. Por que caralho esses tipos das seguradoras nos enviam para casa uma merda de uma carta para nós nos abicharmos e ainda têm a p… da distinta lata de lhe chamar “prémio”? Estão burros? Ou pretendem fazer de nós tótós. ” Ei, man, tou contente, pá. Hoje recebi o prémio da minha seguradora. São trezentos e trinta e sete euros.”; “Ah, ah. Imagino que estejas feliz. Já dá para beber uns bons copos. Por falar nisso, pagas uma “buca”?; ” oh meu granda filh da p…, também estás burro? Tou aqui todo fodido a pensar que trabalhei meio mês para pagar ao caralho dos gajos, e tu ainda me falas em pagar-te uma buca. Eu vou-te mas é à boca!”; ” Pá, foda-se, que é que eu disse de mal? Tu falaste em prémio, meu. Trezentos euros e nem uma p… de uma cerveja pagas? Que puta de esmifra!”
Esses tipos só provocam desentendimentos. Os das seguradoras. Por isso devem ser muito bem pagos. Um dia desses ainda lhes vou às trombas. Um gajo bate de carro, e a p… da culpa quer seja nossa quer não seja os filhos da mãe não pagam, e se pagam fazem umas fintas do caralho. Até parece que um gajo não recebeu o caralho do prémio todos os anos, e pagou, o que ainda é mais grave. Deviam ser processados esses c… da merda! Andam só a enganar o people. Prémio? Boa ideia sr. P. Ainda não tinha pensado nessa merda. As pessoas usam e abusam do português. Filhos da mãe!

P.S. Estou mesmo pouco inspirado. Caso contrário nunca me daria ao trabalho de escrever fosse o que fosse sobre certos espécimes.

P.P.S. E eu nunca tive um caralho de um acidente. Para já é só prémios. Não é de um gajo ficar contente?

Benditas alterações climatéricas! Já imaginaram como seria se o tempo fosse sempre igual, se o estado do clima fosse inalterável? Nem chovia nem dava sol, por exemplo, dezanove graus de temperatura constantes, o mesmo nível de humidade… Ia ser mesmo aborrecido. Depois de que é que conversávamos? Agora ainda encontramos um colega de escola ou um vizinho e…
“- Então, tudo bem?”
“- Está tudo bem; e contigo?”
“- Vai-se andando. O tempo hoje é que não está lá grande coisa.”
“- É, está um tempo fraco, sim senhor. Mas dizem que dá sol nos próximos dias.”
“- Oxalá! Este frio já me está a dar cabo dos ossos. A minha casa é gelada p´ra caraças…”
“- Vai melhorar. Aquelas nuvens ali, por exemplo, já estão a desaparecer.”
“- Este inverno tem sido muito frio.”
“- Hmmm, hmmm…”
“- Nem uma chuvinha nem nada para regar as plantas.”
“- Era bem preciso! Mas isto vai melhorar; tu vais ver.”
“- Mas enquanto isso não acontece lá vamos batendo o dente.”
“- Hmmm, hmmm…”
“- Está frio. Está mesmo muito frio!”
“- Não tenhas dúvidas.”
“- Haja saúde ao menos!”
“- Ao menos isso. Olha, gostei muito de te ver, Paulo. Até um dia desses, tá? Tudo de bom.”
“- Igualmente. Vai dando notícias.”

É por isso que eu vejo o boletim meteorológico quando me lembro dos meus amigos. Eu sei que eles iriam dizer-me quase a mesma coisa: vento fraco, céu nublado na zona norte, temperatura da água do mar entre os três e os seis graus, com ondulação de dois metros, possibilidade de ocorrência de pequenos aguaceiros no litoral e neve nas terras altas;… Para além disso convém manter-me informado. Nunca sei quando vou encontrar um desses amigos.
Uma coisa que me fascina na meteorologia é o poder dela mesma. Mais ninguém consegue prever o futuro tão bem como um metereologista. Qual astrólogo, qual cartomante, qual quê!… Os tipos são mesmo bons nas previsões: ” Possibilidade de ocorrência de neve nas terras altas”, ” Possibilidade de ocorrência de aguaceiros no litoral”, ” Vento fraco”, ” Temperatura da água do mar entre os três e os seis graus”,… Deve ser bastante frustrante para eles quando se enganam. ” É pá, a tecnologia tem destas coisas. O satélite é que falhou. Depois estávamos a prever uma frente fria quando afinal era uma frente quente. Assim nem dá gosto trabalhar. Trocam-nos assim as voltas sem mais nem o quê e depois um tipo é que fica mal. Até já me ligaram da televisão a dizer que a miúda(a apresentadora) ficou aborrecida por que, como ela diz, nós falhamos e ela é que tem que dar a cara. Diz que hoje vinha no autocarro e foi abordada por uma dezena de pessoas revoltadas por que traziam chapéu de chuva quando está um sol primaveril. Parece que a maltrataram e tudo mais, coitada.”

“- Desculpe, sr. director, mas eu não apresento mais o boletim meteorológico.”
“- Então porquê, Marta?”
“- Nos últimos dias temos errado todas as previsões. Não me sinto bem com isso. Sinto que estou a enganar as pessoas.”
“- Vá, não chores, Marta. Mas tu sabes que não tenho mais ninguém que o faça. Tu és a que tem melhor perfil, melhor imagem… as melhores pernas… Não queres que eu ponha a Lurdes ou a Isabel a apresentadoras! Vá lá, tu vais ver. Isto é só o início. Começas na meteorologia e depois dás o salto. Um programa, uma telenovela, um filme… Tu tens futuro, rapariga.”

Também é por causa disto que eu vejo a meteorologia. Normalmente tem raparigas bonitas que pensam dar um salto. Lembro-me que quando era criança o “Tempo” era sempre apresentado por um senhor de fato e gravata completamente feio e enfadonho. Nem trazia umas mini-saias nem uns decotes… Era um aborrecimento. O “Tempo” agora tem mais graça.

P.S. O tempo é o maior motivo de conversa.

Tou fodido. Estas relações de amizade entre chefes e funcionários deviam ser proibidas. Porquê? Muito simples:


a) Não suportaria ser amigo de nenhum deles. Também não sou obrigado, estão voçês a pensar.


b) Eles não são meus amigos. Se o fosem deixavam-me dormir nas horas de trabalho.


c) Ao serem amigos de outros caralhos mais impostores do que eu, diminuem as hipóteses de subir de posto, e consequentemente receber mais uns trocos. Subir de posto não me aflige. Faz-me mais impressão continuar a receber o mesmo.


d) São relações de tal forma hipócritas que chego a sair do local de trabalho cheio de nauseas.


e) No “próximo” dia de trabalho tento ser simpático e sorrir(imposturice), mas o meu sorriso é mais amarelo que o dos outros. Não sei se é dos dentes ou se pura e simplesmente os outros representam melhor.


f) Já me informei junto das autoridades competentes e não há curso que me valha. Mesmo que fosse um cirurgião de primeira categoria, se eu não conhecesse um amigo do amigo do director de nenhum hospital, nunca passaria de um cirurgião de segunda.


g) Sem contar com a enorme influência no meu currículo o trabalhar com um bom ou mau anestesista. Eles é que adormecem os pacientes…

Afinal vivemos numa democracia ou não? É que a nossa liberdade é tão limitada! Tudo e todos parecem querer mandar naquilo que fazemos: é a sociedade com as suas regras e leis de merda, são os amigos, os pais, os avós , as namoradas… Todos nos limitam. “Ai, não estás a pensar faltar ao trabalho? Isso não se faz. Tens de ser uma pessoa responsável.”; ” Vais beber? olha que ainda tens que conduzir!” Ok, e que tal se me deixassem deveras ser uma pessoa responsável e como tal responsabilizar-me pelos meus actos. Acaso ainda me tratam como uma criança? Os pais, sem dúvida. Eles não se apercebem que a gente cresce. Somos sempre aquele menino(a) com quatro ou cinco anos que eles têm que trazer pela mão. Depois os amigos e as namoradas são também eles aborrecidos como o caraças. ” Ai, não faças isto, não faças aquilo… É melhor para ti, sabes? Se o fizeres vou ficar chateado(a).” É uma merda. Se pensarmos um pouco apercebemo-nos de que a nossa liberdade pura e simplesmente não existe. É uma utopia. Temos sempre alguém que nos diz como fazer, o que dizer, como escrever, como sentar à mesa, como usar os talheres… ” Ah, não é assim. Pegas no garfo com esta mão e na faca com a outra.” Então, e se eu quiser comer tudo à mão? Ou usar apenas o garfo? Oh, fica-me tão mal! Oh, que menino feio. A sério, experimentem ir a um restaurante e comer como lhes der na real gana, “sem modos”. Em poucos segundos serão o centro das atenções. Pela negativa. Uns vão rir, outros vão ficar chocados… Filhos da mãe, não se lembram que em miúdos metiam qualquer caralho à boca, com as próprias mãos. Alguns ainda o fazem em privado, e sabemos lá nós de que caralho se trata! Hipocrisia… Liberdade? Como? Quando? Aonde? Num país que elege como maior português de sempre um tipo que dá pelo nome que todos sabem- António de Oliveira Salazar. A sério, não sentem vergonha?

Hoje não tive lá muito tempo para escrever. Dói-me bastante a cabeça. Não vou dizer o quê nem o porquê desta dor, tão somente deixo à vossa consideração o possível motivo da qual, e qual a dor que sinto. Não sei se me dói tudo, se nada. Não sei se devo escrever se não. Mas é tudo assim. Nunca sentiram que não sabiam bem o que sentiam? É o que sinto agora. Um vazio, uma vontade enorme de não trabalhar nunca mais, de não fazer nada, de ficar sozinho, não ver ninguém ainda que sendo visto e vendo por mal ou por bem.
Apetece-me não me apetecer; nada me convém. Nada me dá prazer que me faça sentir bem. Gosto de mim e desgosto, falo de mim e tão pouco me conheço.

Sosseguem, não penso ainda despedir-me. Tenho ainda muita vida pela frente. E pior, muitos anos de trabalho por fazer.

P.S. Comprei à pouco a um cigano uma 6.35, mas azar do caraças o tipo não tinha balas. Que se foda, mais uns dias não devem fazer mal a ninguém.



  • Nenhum
  • Itala Alves: Oi Mageu vi o desfano seu perfil e até fiqueicuriosa de ver, mas como tinhao nome de seu esposo eu nunca vi.eu que perd
  • Tanny: fotos extremamente marcantes!!amei!!
  • Maddalena: Beautiful :D

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